ESCOLA PAROQUIAL 2023

Objetivo

Preparar adequadamente os catequistas vocacionados para o exercício da missão a partir de uma catequese de inspiração catecumenal à luz do encontro de Jesus com a samaritana, no poço de Jacó (cf. Jo 4). É dever da paróquia zelar pela formação em todas as dimensões.

Temáticas

1º Encontro: A história da Catequese e a Catequese de Inspiração Catecumenal.

2º Encontro: Itinerário de Iniciação à Vida Cristã e a Metodologia da Catequese.

3º Encontro: A pedagogia da catequese de inspiração catecumenal e a salesianidade como caminho de encantamento.

4º Encontro: Catequese e Liturgia.

5º Encontro: Catequese e a educação da fé.

A catequese de inspiração catecumental e a atualidade

A iniciação à vida cristã é o processo pelo qual uma pessoa é introduzida na fé católica e se torna membro ativo da comunidade cristã. Essa iniciação envolve três sacramentos fundamentais: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. Por meio desses sacramentos, a pessoa é batizada, confirmada e recebe pela primeira vez o corpo e o sangue de Cristo na Eucaristia. Mas para que tudo isso? Leia-se a reposta de João Paulo II[1] para a pergunta:

“A catequese tem sido sempre e continuará a ser uma obra pela qual toda a Igreja se deve sentir e mostrar responsável. Os membros da Igreja, é certo, têm responsabilidades distintas, segundo a missão de cada um. [...] Os pais têm uma responsabilidade singular [...], os catequistas e, para além destes, os promotores das comunicações sociais, têm todos em graus diversos, responsabilidades bem precisas nesta formação da consciência dos fiéis, formação importante para a vida da Igreja e que se reflete na vida da própria sociedade. Seria certamente um dos melhores frutos da Assembleia Geral do Sínodo, consagrada inteiramente à catequese, se ela viesse a despertar, em toda a Igreja e em cada um dos seus setores, uma consciência viva e atuante dessa responsabilidade diferenciada, mas comum.”

Para a fé católica atualmente, a iniciação à vida cristã é de extrema importância. Em um mundo cada vez mais secularizado e pluralista, a iniciação oferece uma base sólida de valores e princípios cristãos que ajudam a formar uma identidade pessoal e comunitária[2]. Além disso, a iniciação oferece aos fiéis uma comunidade de apoio e suporte mútuo, ajudando a fortalecer a vida de oração e o testemunho cristão no mundo. O sujeito da catequese é a comunidade.

“É necessário que a catequese esteja a serviço da nova evangelização e que, a partir dela, se desenvolva algumas atenções fundamentais[3]” que promovam aos envolvidos em encontro pessoal com Cristo. Esta afirmação lembra da necessidade de adaptar a mensagem cristã às novas realidades culturais e sociais do mundo de hoje. A catequese é um instrumento dinâmico, capaz de alcançar as pessoas em seus contextos e necessidades específicas, para compreender a mensagem cristã e colocá-la em prática na vivência da comunidade. Esperançar um olhar libertador para além das condições que nos encontramos hoje[4].

No entanto, a iniciação à vida cristã também deve ser encarada como um processo contínuo de conversão pessoal e da comunidade[5]. Isso envolve uma busca constante pela santidade e uma abertura à ação do Espírito Santo na vida do fiel. Dessa forma, a iniciação não deve ser vista como um fim em si, mas como um começo de uma jornada de fé que dura toda a vida.

NOTAS

[1] JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica “Catechesi Tradendae”, de sua Santidade João Paulo II ao episcopado, ao clero e aos fiéis de toda a igreja sobre a catequese de nosso tempo, 1979, parágrafo n. 16.

[2] PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Diretório para a catequese. Brasília: Edições da CNBB, 2020, parágrafo n. 88.

[3] Ibidem, parágrafo, n. 48.

[4] CELAM, Conselho Episcopal Latino-Americano. Documento de Medellín: conclusiones. La igreja en la actual transformación de América Latina a luz del Concilio, 1968.

[5] CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia. Documentos da CNBB, n. 100. Brasília: Edições da CNBB, 2014.

Alguns riscos e problemas do caminho

97. E importante não esquecer que a iniciação cristã é tarefa do conjunto da Igreja. As pessoas são iniciadas para a vida em Cristo. Viver essa vida a partir da espiritualidade de um grupo ou movimento pode ser uma opção pessoal, mas não é alternativa única que possa ser imposta para quem quer ser Igreja. E ótimo ter o melhor processo possível de iniciação, com todos os aprofundamentos que a situação permitir.[...]

98. A iniciação no estilo catecumenal tem forte ênfase na liturgia, mas essa acentuação não pode deixar esquecidos outros aspectos da pastoral, como a dimensão sociotransformadora, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, a com unhão entre os diferentes agentes pastorais e seus campos de atuação. O justíssimo desejo de levar a sério o processo de iniciação e de ter cristãos realmente comprometidos, conscientes e imersos nas grandezas do mistério da fé não pode transformar a Igreja numa sociedade excludente que não seria capaz de acolher todos os que permitem por em prática o modelo ideal. O catecumenato dá pistas importantes para a catequese e traz um estímulo muito grande para a qualidade da vida paroquial. Mas não deve ser visto como um esquema rígido, que impossibilite soluções criativas para situações específicas: precisam e tem direito de se sentir amados por Deus. Situações especiais precisam ser tratadas com caridade, acolhimento, delicadeza. As nossas normas e disciplinas têm que ser caminhos, não portas fechadas.

99. Não se pode implantar um processo com esse nível de exigência sem a correspondente preparação e contínua reflexão e revisão de vida dos agentes, de todos os níveis, e sem uma grande atenção à qualidade do testem unho da com unidade inteira.

Referências

CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Iniciação à vida cristã: um processo de inspiração catecumenal. Brasília: Edições CNBB, 2009(Estudos da CNBB, 97).

Questões para debate: (1) Que tipo de diálogo a catequese proporciona na comunidade? (2) Como fazer para descaracterizar a ideia de que “as pessoas são obrigadas a fazer a catequese? (3) Quais são as principais pistas importantes do estilo catecumenal para a catequese e como podemos aplicá-las na nossa realidade local?

Salesianidade

A Bíblia e a catequese