Estudo do Documento n. 107

Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários

A página apresenta uma chave de leitura do Documento n. 107 e outros materiais apresentados em reuniões e encontros formativos, porém, ele não elimina o convite para você catequista, mergulhar nas páginas do documento e desfrutar da leitura enriquecedora que o documento sugere.

“Sabemos que o processo de Iniciação à Vida Cristã requer novas disposições pastorais. São necessárias perseverança, docilidade à voz do Espírito, sensibilidade aos sinais dos tempos, escolhas corajosas e paciência, pois se trata de um novo paradigma” (CNBB, doc. 107, n.9).

A retomada da Iniciação à Vida Cristã inspirada no catecumenato dos primeiros séculos do cristianismo já foi claramente pedida pelo Concílio Vaticano II e reafirmada no Rito da Iniciação Cristã de Adultos – RICA.

Vivemos um momento alvissareiro na história do cristianismo. O momento é agora para acolhermos o que sugere o Espírito que sopra quando e onde quer, e hoje nos impulsiona a pensar e fazer acontecer uma Igreja na qual cada cristão sustente feliz e autenticamente sua identidade de discípulo e missionário de Jesus, em meio a um mundo com referências espirituais demais e testemunhas de Jesus Cristo de menos.

Na Assembleia Geral da CNBB de 2017, a CNBB aprovou o Documento 107: Iniciação à vida Cristã – itinerário para formar discípulos missionários.

1. EM RESUMO:

  • O primeiro capítulo faz uma leitura bíblica catequética do encontro da Samaritana com Jesus, no poço, descrito em João 4,5-42.

  • O capítulo II apresenta um panorama da Iniciação à Vida Cristã ao longo da história e as urgências pastorais atuais.

  • O capítulo III ilumina a realidade com a luz da Palavra da Igreja

  • Capítulo IV trata da tarefa de propor caminhos.

2. CHAVES DE LEITURA

Quase sempre algum segredo ou objeto muito valioso, dizemos que foi guardado a “sete chaves”. E é com sete chaves que pretendemos ler o documento 107 da CNBB, considerando-o sob várias perspectivas.

A. CHAVE ANTROPOLÓGICA: Experiência de fé humana, que busca em Deus a razão da própria caminhada.

B. CHAVE BÍBLICA: A Palavra de Deus ocupa a centralidade no documento. O texto recomendar a Leitura Orante da Palavra de Deus para pessoas em processo de iniciação, como também para toda a comunidade (cf. n. 180), e insiste nos encontros ao redor da Palavra com o suporte de subsídios oferecidos pelas dioceses e paróquias (cf. n. 181)

C. CHAVE ECLESIOLÓGICA: Urge “construir um novo paradigma pastoral” (n. 3). Entende-se a Igreja como “casa de Iniciação à Vida Cristã”. É a missão de toda a comunidade cristã. A comunidade cristã “é a responsável pelo rosto que a Igreja vai apresentar a quem dela se aproxima. (...). Quem busca Jesus precisa viver uma forte e atraente experiência eclesial”.

D. CHAVE CATEQUÉTICA E METODOLÓGICA: “Não se trata de fazer apenas ‘reformas’ na catequese, mas de rever toda a pastoral” (n. 138). A grande proposta de renovação pastoral do documento passa por aquilo que os bispos chamam de uma transmissão da fé com “inspiração catecumenal” (cf. nn. 6. 49. 56. 58. 74. 76. 121. 137. 141. 235)

E. CHAVE QUERIGMÁTICO-MISTAGÓGICA: O querigma: primeiro anúncio da Boa-Nova do acontecimento salvífico Jesus Cristo, que tem sua origem no testemunho dos apóstolos que, ungidos pelo Espírito, incansavelmente proclamaram a sua fé. Esse é o conteúdo fontal, o centro e o cerne da evangelização, a mensagem que ecoa desde a ressurreição de Jesus, e que perpassará todos os tempos, provocando a conversão, e levando aos homens e mulheres a salvação. Diante desse anúncio, o que se espera é a conversão e a adesão de fé, dom e presente do Espírito. Quem está com a tarefa de iniciar alguém à vida cristã é um “mistagogo”, isto é, aquele que conduz outras pessoas para dentro do mistério de Deus e através dele, mergulhando-o na graça. Mistagogia, portanto, “possui o sentido de ser conduzido para o interior do mistério e, na catequese, para o Mistério que é ‘Cristo em nós, esperança da glória’ (Cl 2,19)...

F. CHAVE LITÚRGICA: O caminho mistagógico passa necessariamente pela liturgia. “É preciso redescobrir a liturgia como lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo” (n. 74).

G. CHAVE PASTORAL: É preocupante uma pastoral dos sacramentos da iniciação que não esteja ligada à vida comunitária, às outras dimensões da vida pastoral (pastoral orgânica) e que não encontre ressonância em um compromisso sociotransformador (cf. n. 53i).

Não se trata, porém, de uma pastoral a mais, e sim de um eixo central e unificador de toda ação evangelizadora e pastoral. O objetivo é a formação inicial, em vista da formação permanente, do discípulo missionário de Jesus Cristo, para viver e anunciar a fé cristã no coração da civilização em mudança.

Não se implanta o processo catecumenal sem estudo. A IVC não vem para demolir o que está sendo feito, mas quer restaurar elementos que se perderam ao longo do tempo: querigma, mistagogia, inserção na comunidade A IVC torna-se uma eclesiologia de participação comunitária efetiva.

Referência: CNBB. Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários. Documento n. 107. Brasília: Edições CNBB, 2017. 104 p.

Arquivos e publicações de formações

01. Estudo do Documento n. 107 (19/09/22): Reunião de estudos com os coordenadores de catequese da Comarca de Jaraguá do Sul, Diocese de Joinville, para refletir o capítulo 3, do Documento da CNBB, n. 107: discernir como igreja, iluminar.

Vídeo da Live

Apresentação em PowerPoint

02. Estudo do Documento n. 107 [AGIR] (31/10/22): Reunião de estudos com os coordenadores de catequese da Comarca de Jaraguá do Sul, Diocese de Joinville, para refletir o capítulo 4, do Documento da CNBB, n. 107: Agir.

Apresentação em PowerPoint